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Setembro 2008

Acopiara – Mazinho e Erosimar, os empreendedores


O srs. Francisco e Antonio Rufino de Lima chegaram a Acopiara em 1944, vindo de Várzea Alegre.

Chico ficou na cidade onde construiu uma fortuna com algodão e Antonio foi morar no Escuro, a 10 km de Acopiara, com seus nove filhos menores. Maria Rufino (Fabiola), Mazinho Rufino, Maria Rufino de Lima Arraes (Consuelo), José Erosimar Rufino de Lima, Maria Luiza Lima, Elizabeth Rufino, Raimundo Demontier de Lima e Glaucia Velma de Lima Lopes e João Batista Lima (In memoriam).

“Meu pai não tinha recursos e só Maria Luiza Moreira Lima, que se casou com Miguel Galdino de Oliveira, ex-prefeito de Acopiara, tem estudos completos. Fui alfabetizado por d. Dercy, filha de José Tó, e estudei com d. Helodia Moraes de Souza e d. Yolanda Alves Hebster. Vinha do Escuro, à cavalo, para Acopiara, a fim de estudar. Era difícil e cansativo. Não passei do primário, mesmo porque em Acopiara não havia ginásio. Daí em diante, estudei na escola da vida. Aprendi muito. Quando não estava estudando na cidade, estava na roça, inicialmente cuidando das plantações e do gado do meu pai”. É Mazinho quem fala.

Segue em frente: “meu pai começou a comprar algodão e eu acabei virando freteiro, com balança em cima de um caminhão, indo às fazendas, enfrentando a buraqueira, para cumprir a missão e comprar a produção. O algodão encontrou Acopiara logo transformada no maior produtor do Estado”.

O ciclo do algodão, assim chamado, transformou a economia de Acopiara que chegou a ter cinco grandes usinas de beneficiamento: Sanbra, Anderson Clayton, Exportadora Cearense (Mario Machado) e Usina Tupã (João Mendonça/Gladstone Bezerra) giravam a economia, traziam o progresso e promoviam o desenvolvimento. A eles se acrescentaria a s usinas São Francisco, de Chico Sobrinho e a Industria Rufino de Algodão e Óleo.

Na primeira metade do século XX, Acopiara tivera três usinetas, uma que fora de Henrique Gurgel do Amaral Valente passou a Francisco Gurgel Valente, que a transferiu a Chico Guilherme, no Centro, outra de Chico Guilherme, no Prado, mais tarde transferida a Chico Sobrinho, e outra mais de José Pinheiro Mota, que se transformou em Serraria e que pertenceu à Industria Rufino, de Chico.

Em 1963, Mazinho e seu pai, Antonio, fundaram a Antonio Rufino e Cia. Em 1972, seu irmão Erosimar, entrou na empresa que passou a se chamar Algodoeira e Pecuária Rufino Ltda, hoje com 30 empregados na fiação, 45 no algodão e 30 na pecuária, sendo 18 fixos. Desde então trabalham irmanados. A escalada de ambos atropelou a crise criada pelo bicudo que acabou com a produção de algodão do Ceará. Passaram por cima, com a determinação dos empreendedores que vencem os desafios.

O que fizeram? Foram plantar algodão em Simões, no Piauí e Inaciolandia, em Goiás. Mas não pararam suas usinas em Acopiara, uma unidade continuou beneficiando o algodão comprado no Ceará e produzindo óleo e torta – já chegou em 1986 a produzir 20 mil de kg de algodão em pluma, hoje estão produzindo apenas 5 mil kg/ ano, embora com capacidade estática de 50 mil kg - e outra unidade foi redirecionada para a produção de fios destinado à indústria têxtil, especialmente a Santana Textile, (65%/70% da produção) um dos maiores grupos empresariais do Ceará. Tem capacidade instalada para a produção de 300 mil kg mas não passa de 40 mil kg, “Mais não produzimos, disse, porque a China não deixa, domina o mercado, achata os preços, pratica “dumpling” o que nos leva a enfrentar dificuldades adicionais”, confessa Mazinho.

Estrategicamente, Mazinho relata que parou a produção em Simões e Inaciolandia e se aparecer comprador “vendo tudo” e a razão é ditada pela brusca queda dos preços do algodão que chagaram em 93/94 a R$ 75/80 a arroba e hoje não passa de R$ 35/40 . Acrescentese a concorrência desleal praticada pelo grupo Maeda, de São Paulo, além de tudo o 1º do Brasil e o 3º do mundo. Mazinho e Erosimar, em meio à forte concorrência no mercado algodoeiro, migraram para outro segmento importante da economia brasileira e se instalaram em Buriticupu, no Maranhão, onde mantém um investimento em agropecuária.

Com negócios no Ceará, Piaui, no Maranhão e em Goiás, Mazinho e Erosimar continuam como sempre foram; simples, pacatos, humildes, educados, mansos, tocando a vida em Acopiara, de onde saem apenas para acompanhar seus negócios. Podem ser vistos e cumprimentados na rua onde passam sem qualquer ostentação.

Há acopiarenses que reclamam que vivem da casa para o trabalho e do trabalho para casa, são recatados e reclusos. “Fizemos uma opção de vida, vivemos para os nossos irmãos e nossos filhos, com austeridade, modéstia e tranquilidade. Somos felizes assim”, desabafa Mazinho. Não se incomodam. Também não incomodam ninguém.

Mazinho tem três filhos: Antônio Virgilio Holanda de Lima, industrial, Marcelo Holanda Lima que estuda Comunicação, em Fortaleza, e Natacha Maria Holanda, que é Psicóloga em Fortaleza.

Já Erosimar tem duas filhas: Samara Albuquerque Rufino, Administradora de Empresa e Isabela Albuquerque Rufino, graduada em Fisioterapia.

São bem informados sobre economia e mercado. Vêem os noticiários da TV, por assinatura ou parabólica. (Acopiara tem uma floresta de parabólicas). Na sua loja, onde comercializa o varejo da empresa, está conectado com o mundo através da Internet.

Sobre Mazinho e Erosimar há muitas lendas. A principal delas é que se confundem com o Banco do Brasil. A lenda diz que eles fechassem sua conta, a agência do Banco, em Acopiara, não teria sentido. Outra apresenta ambos como os homens mais ricos de Acopiara, riqueza jamais expressa em luxo, vaidades ou veleidades.

Não moram em palácio nem casarões, muito menos têm carrões. Não se metem na política local, e aplaudem a irmã Velma, presidente do Lions Clube, que mostra os laços de família com as ações sociais de solidariedade ao próximo.



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JB Serra e Gurgel
Jornalista e Escritor
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gurgel@cruiser.com.br


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