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Agosto 2012

Velha República: O presidente que exibiu o corta jaca no Catete

O jornalista Sebastião Nery conta que Maurício de Lacerda, pai de Carlos Lacerda, era do gabinete do presidente Hermes da Fonseca, no Palácio do Catete, no Rio. Um dia chega Afrânio de Melo Franco:

- Maurício, foi está aí para impedir que as ignorâncias entrem?

- Não, embaixador. Estou para impedir que a burrice saia.”

Hermes da Fonseca foi o oitavo presidente. Governou o país de 1910 a 1914, período bastante conturbado de nossa história. O marechal gaúcho, filho de alagoano, foi o primeiro militar eleito por voto direto na jovem República A candidatura desse sobrinho do marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente, vingou em meio aos desentendimentos entre Minas e São Paulo. A falta de um acerto fragilizou a chamada política do café com leite e permitiu que ele derrotasse o baiano Rui Barbosa, num acordão político de partidos adversários da oligarquia paulista.

A historiadora Isabel Lustosa afirma no seu livro “Histórias de Presidentes” que ele foi “a maior vítima presidencial das chacotas da opinião pública e da imprensa”. Durante dez meses que o governo dele viveu sob estado de sítio, a polícia proibiu que os jornais divulgassem qualquer palpite sobre o burro no jogo do bicho, pois podiam ser considerados alusões ao marechal. Os problemas que enfrentou não foram poucos. Além de burro, não teve sorte. Tudo virava problema e grande. Ele enfrentou, logo na primeira semana de governo, a Revolta da Chibata, um motim de marinheiros, sob o comando de João Cândido, contra maus-tratos a marinheiros.

Uma outra revolta, em 1912, eclodiu em Santa Catarina e Paraná, O beato José Maria liderou um movimento em busca de uma monarquia ce- lestial, sem imposto e sem prop r i e d a d e privada. A o c o n - trário da Revolta da Vacina, a chamada G u e r r a do Contes- tado só acabou no governo seguinte de Venceslau Brás. Foi no governo dele que surgiu a Revolta do Juazeiro, quando padre Cícero derrotou os hermistas e reconduziu ao poder no Ceará a velha oligarquia de Nogueira Acioli. Hermes da Fonseca foi o único presidente a casar-se durante o mandato. Viúvo de dona Orsina, aos 58 anos de idade, casou-se com Nair de Teffé von Hoonholtz, filha do barão de Teffé, de apenas 28 anos. Ela já era famosa por ser a primeira mulher a fazer caricaturas na imprensa, sob o pseudônimo Rian. Fosse hoje, seria considerada uma feminista. Ela mudou a vida no Palácio do Catete. Foi ela quem organizou o famoso sarau no Catete em que a compositora Chiquinha Gonzaga lançou o corta jaca. A própria primeira-dama pegou um violão e acompanhou a compositora, um escândalo para a época. Tudo com o consentimento do presidente que gostava de prestigiar a cultura nativa. Pagou caro a ousadia. Naquela época,não se admitia a promoção e a divulgação de músicas consideradas de origens vulgares. Foi uma quebra de protocolo que causou polêmica na sociedade e protesto entre políticos. Rui Barbosa ocupou a tribuna do Senado para dizer que “Aqueles que deveriam dar ao país o exemplo das maneiras mais distintas e dos costumes mais reservados elevaram o corta jaca à altura de uma instituição social. O corta jaca é a mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens. A irmã gêmea do batuque, do cateretê e do samba.”

Quando o Barão do Rio Branco morreu na véspera do carnaval de 1912, Hermes, em sinal de luto e para homenagear o pai da diplomacia, decidiu transferir a festa popular para o mês de abril. Não deu certo. O povo brincou dois carnavais, o de fevereiro e o oficial de abril.

Foi durante o governo de Hermes da Fonseca que foi editado um decreto instituindo o uso da faixa presidencial no Brasil. Ele foi o primeiro a usá-la e o primeiro a passá-la para seu sucessor..

Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista

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Wilson Ibiapina
Jornalista

                                            


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