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Julho 2008

Por que não fui


Juarez Leitão me recrimina porque não compareci à noite de autógrafos do primeiro livro de Guilherme Neto, amigo de fé. O que queria, mas não pude fazer. E me conta que a reunião social foi uma apoteose, uma consagração do Barão, saudado, de pé, pelos presentes, quando entrou no salão nobre do Náutico Atlético Cearense. Já explico porque não experimentei o prazer de me incluir entre os homenageantes. Ocorre que viajo ao Ceará,todos os meses, por minha conta. Atiro com minha própria pólvora. Para que tal expedição caiba, em meu orçamento, tenho de procurar, hoje, em dia, as passagens de preços promocionais, de mais baixo custo. E vejam que felizmente não pago hotel em Fortaleza porque fico em casa de dona Dolores. Vou ao Ceará uma vez por vez, e quando posso , visito Sobral. À minha custa. Ocorre que meu salário não dá para pagar duas passagens por mês.

Sempre há, em Fortaleza, alguma efeméride importante, festa, lançamento de livros que envolve pessoas queridas. Se comparecesse a todos os eventos para os quais sou convidado,-o que muito me honra,-precisa me mudar,de mala e cuia para o Ceará. Ai perdia a graça. Quero ser ,na terrinha, novidade, os amigos perguntando, gentilmente:”Já?” Os mal educados não se contendo ”De novo!?”como se tivesse ido à custa deles, esperasse algo deles na temporada cearense. Continuando: pagar duas passagens por mês ficaria muito pesado para meus rendimentos. E ainda me arriscaria a ser declarado pródigo pelos filhos.

Por isto, não compareci à festa do Barão a quem estimo e conheço,há cinqüenta anos,desde quando comecei a trabalhar, sob seu suave comando,na PRÉ 9 onde ele exercia o lugar de diretor artístico. Depois quando retornei do Rio,em 1968 e fui convidado por Eduardo Campos para inaugurar o posto de editor chefe de “Unitário” e “Correio do Ceará”, encontrei-no na sede dos jornais como seu diretor comercial, o que até hoje não entendi porque o posto nada tinha a ver com seu perfil. Na convivência diária, pude admirar seu caracter de que já tivera mostras quando enfrentou problemas pessoais (ficou viúvo duas vezes) e sofreu a perfídia de colegas de trabalho.

Escrevia ele dois tipos de crônicas, uma sob o pseudônimo de Ivan Sodré. Outra de Ivanise Santos, caprichadamente suburbano e que desapropriei levando Nertan Macedo e Geraldo Fontenele a me escreverem “carta anônima”,indagando, nos termos de hoje,quando sairia do armário, se seria Oscar Wilde ou Catarina da Rússia aquela que abrigava, no leito imperial, as legiões de guardas de segurança do palácio. Pelo portador ,o soldado Herculano, funcionário do Palácio da Luz,onde estava o governo do Estado,logo pude ver a origem a bem humorada brincadeira.

Ganhando no jogo

Há amigos que dizem que ganho, todos os dias,na loteria. É verdade que Deus tem um xodó pro meu lado. No dia a dia,no cotidiano. Mas também no jogo, não me dei mal. Não muitas vezes, claro, mas algumas. Era adolescente quando embolsei quarenta e cinco reais ganhos no jogo do bicho ,apurado que meu pai me entregou em nosso inhóspito sitio do Cachoeira onde passávamos férias. E que torrei em sorvetes e refrigerantes na cidade. Mais tarde, já em Brasília, Elcias Lustosa me telefonou para Fortaleza, onde me encontrava, para dizer que fora premiado com um Opala numa rifa que ele logo vendera por dois mil reais. E estava me remetendo o apurado da venda do veiculo . Em Paris, ganhei o equivalente, na época (em 1995) a dois mil dólares na loteria( dez mil francos ) o que deu para pagar a passagem de volta de dois filhos. Antigamente, queria ser o sortudo da Megasena para adquirir apartamento, destinado a guardar livros e adquirir um carro Santana prateado. Depois que Cid Gomes implantou a Biblioteca Lustosa da Costa em Sobral, sei para onde devo mandar livros que me sobram. Para lá, a fim de que grande numero de sobralenses curta obras de ficção, de história, biografia que são as mais numerosas em minhas estantes. Verdadeiro premio grande será lançar o terceiro livro editado em Portugal, se Deus quiser,na embaixada do Brasil, com a presença de meu amigo Almeida Santos,que o prefaciou e de seu amigo o presidente Mario Soares que, no passado,me prestigiou em idêntica solenidade, o que levou o conselheiro Jos Carlos Araújo Leitão a sentenciar: “Presidente Mario Soares na embaixada,só no sete de setembro e no lançamento dos livros do Lustosa”.Deus queira que ele me honre de novo com sua presença.



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Lustosa da Costa
Jornalista e Escritor

                                            


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30 anos de “Sobral de meu Tempo"
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Morrer não está com nada
Frio em Brasília
Sucesso com louras em Paris
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Sucesso com louras em Paris
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Lavar as mãos
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O quarto senador

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Sem peúgas nem borzeguins
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Chagas, o bom companheiro
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Tarcísio Tavares/TT, uma saudade
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Na Fazenda Pocinhos e no passado
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