Maio 2011
Os cearenses do Rio de Janeiro
Enquanto o Rio de Janeiro foi capital do Reino,
do Império e da República, os cearenses, como todos
os brasileiros, inclusive os paulistas, lá buscavam a
realização profissional, a glória, o poder e o ápice da
pirâmide social. Já nessa época, a mobilidade social
punha a sua escada a serviço dos que queriam escalar
a montanha.
Muitos chegaram de navio para brigar pelo espaço.
Traziam uma carta de recomendação, o berço da aristocracia
provinciana, a coragem e a cara.
Seguiram trajetórias diversas, sobressaindo os que
tinham talento, competência, caráter, dignidade.
Aqui se realizaram os presidentes José Linhares
(Fortaleza) e Castello Branco (Messejana/Fortaleza),
os ministros de Estado Hildebrando Aciolly (Fortaleza)
e Juracy Magalhães (Fortaleza), das Relações
Exteriores, Waldemar Falcão (Baturité), e Parsifal
Barroso (Fortaleza) do Trabalho, senador Fernandes
Távora,(Jaguaribe), marechal Juarez do Távora (Jaguaribe -
Mirim) e coronel Virgilio Távora (Fortaleza),
de Obras Públicas, Armando Falcão (Fortaleza), da
Justiça. Juarez foi também ministro da Agricultura e o
1º. Procurador da República, José Júlio de Albuquerque
(Sobral), que foi presidente das províncias do Ceará e
Rio Grande do Sul.
Alcançaram a Academia Brasileira de Letras, José
de Alencar (Messejana/Fortaleza), Gustavo Barroso
(Fortaleza). Raimundo Magalhães Jr.(Ubajara), Raquel
de Queiroz (Fortaleza), Franklin Távora ( Baturité),
Clóvis Bevilacqua (Viçosa do Ceará) que largou a
Academia por recusar a eleição de sua mulher e Heráclito
Graça (Icó).
Destacaram-se os intelectuais Capistrano de Abreu
(Maranguape), Farias Brito (São Benedito), Domingos
Olimpio (Sobral) que disputou e perdeu uma cadeira na
ABL para Mario de Alencar, filho de José de Alencar,
Paula Ney (Fortaleza), Djacir Menezes (Maranguape),
que foi reitor da Universidade do Brasil, Gerardo Melo
Mourão (Ipueiras), Moacir Lopes (Quixadá), Juarez
Barroso (Baturité), Mario Pontes (Nova Russas),
Leonardo Mota (Pedra Branca), Eurico Facó (Beberibe),
Herman Lima (Fortaleza). Joaquim Pimenta
(Tauá), José Aurélio S.Câmara (Quixeramobim), José
Bonifácio S. Câmara (Maranguape), Matos Peixoto
(Iguatu), Martins D”Alvarez (Barbalha), Lauro O.
Lima (Fortaleza).
Na Marinha, o almirante Henrique Saboia (Sobral),
chegou a ministro. Na Aeronáutica, o brigadeiro
Casimiro Montenegro criou o ITA, CTA e CAN. No
Exército, brilharam os generais Antonio de Sampaio
(Tamboril), Antonio Tiburcio (Viçosa), Pereira da Silva
(São João dos Inhamuns), Teles Pinheiro (Crato),
Carlos Alberto C. Ribeiro e Euclides M. Figueiredo.
Nas artes, os humoris tas Chico Anisio
(Maranguape),Tom Cavalcante (Sobral), Renato Aragão
(Sobral); compositores e maestros Aberto Nepomuceno
(Fortaleza), Aloysio de Alencar Pinto (Fortaleza),
Eleazar de Carvalho (Iguatu), músicos, compositores e
cantores Ed Lincon,Lauro Maia (Fortaleza) Humberto
Teixeira (Iguatu), Zé Menezes, Trio Nagô - Evaldo
Gouveia-(Iguatu), Epaminondas-(Fortaleza) e Mario
Alves-(Fortaleza), Vocalistas Tropicais- Danubio
Barbosa (Fortaleza), Nilo Mota (Fortaleza),Arlindo
José, e Artur Fernandes (Fortaleza) e Evandro Jataí
(Fortaleza); Quatro Ases e um Coringa.- André Batista
(Fortaleza), José Perminio e Evanor Pontes Medeiros - (Fortaleza), Esdras Falcão (Fortaleza), Catulo de
Paula (Fortaleza), Carlos Augusto Moura (Fortaleza), Fagner (Orós), Ednardo (Fortaleza), Belchior (Sobral),
pianista e solista Jacques Klein (Aracati), locutor de
radio e apresentador de TV César de Alencar, atores
Milton Moraes (Fortaleza), José Wilker (Juazeiro do
Norte),Emiliano Queirós (Aracati), pintores Raimundo
Cela (Fortaleza), enterrado em Niterói, Antonio Bandeira,
(Fortaleza) Sinhá DÁmora (Lavras da Mangabeira),
Grauben (Baturité), Vicente Leite (Crato), atrizes Florinda
Bolkan (Uruberatama) e Luiza Tomé (Itapipoca),
o diretor de teatro Aderbal Freire Jr. (Fortaleza), José
Maria Bezerra de Paiva (Fortaleza). coreógrafo e bailarino
Hugo Bianchi (Fortaleza) bailarino Francisco
Timbó (Fortaleza). Miss Brasil, Emilia Corrêia Lima
(Sobral).
Jornalistas José Avelino (Aracati), Edigar de Alencar
(Fortaleza), Edmar Morel (Fortaleza), Paulo Cabral
(Guaiuba), Pompeu de Souza (Redenção) Luis Edgar
de Andrade (Fortaleza), Carlos Paiva (Fortaleza) ,Haroldo
e Tarcisio Hollanda (Fortaleza) Humberto Alencar
(Araripe), Pery Augusto (Lavras da Mangabeira), Orlandino
Rocha, Américo Facó (Beberibe), Hermenegildo
Sá Cavalcante (Aurora), fotógrafos Luciano Carneiro
(Fortaleza) e Luis Carlos Barreto (Sobral).
Jogadores de futebol Babá (Flamengo), Pacoti (Vasco),
Zé Mário (Fluminense) Líder religioso dom Helder
Câmara, bispo-auxiliar do Rio de Janeiro ao tempo do
cardeal dom Jaime Câmara, fundador da CNBB.
Políticos do Império e da República como senador
padre Martiniano de Alencar, pai de José de Alencar,
Costa Barros (Aracati), o 1º presidente da Província
do Ceará, em 1799, quando nos libertamos da tutela de
Pernambuco, João Thomé (Sobral) que foi presidente
das províncias de Santa Catarina, Espírito Santo e Alagoas,
Vicente A. de Paula Pessoa (Fortaleza) Antonio
Nogueira Acioly, deputado e senador, Tomas Pompeu
S. Brasil, Liberato Barroso (Aracati), senador Menezes
Pimentel (Santa Quitéria), deputados padre Cícero
(Crato), Adail Barreto (Iguatu), Chrisantho M. Rocha
(Fortaleza), fundador da Casa do Ceará no Rio de
Janeiro e Brasília, Carlos Jereissati (Fortaleza) , Paulo
Sarasate (Fortaleza), Raimundo Padilha (Fortaleza),
governador do antigo Estado do Rio de Janeiro.
Deputados estaduais Frota Aguiar (Camocim) , Heloneida
Studart(Fortaleza).
Líderes empresariais como Antonio Horacio Pereira (Aracoiaba), Luis Severiano Ribeiro, (Fortaleza) Jorge Serpa , Antonio Frota Gentil,(Sobral), Fausto Cabral
(Fortaleza), irmãos João Alberto . e Marcelo Leite
Barbosa (Baturité), Lauro de Souza Carvalho (Ipu) e
filhos Jose e Paulo Afonso de Carvalho, irmãos José
Cândido e José Luiz Moreira de Souza.
Diplomatas como José Gurgel do Amaral Valente
(Aracati), ultimo embaixador do Império em Washington
e 1º da República., Silvino de Barros Gurgel do
Amaral (Aracati), Todos estes e mais milhares de Raimundos
que trabalharam noite e dia, na construção civil,
dormindo na obra, comendo o pão que o diabo amassou,
e que foram promovidos a porteiros dos prédios que
ajudaram a construir, os motoristas e cobradores de ônibus,
lixeiros, garçons, cozinheiros, biscateiros, camelôs,
domésticos e autônomos, compondo uma multidão de gente humilde e de nervos de aço.
JB Serra e Gurgel (Acopiara), jornalista e escritor.